A escrita multiplataforma 

Ânima in crônica é uma iniciativa artístico-reflexiva, de natureza experimental, autoral e colaborativa, que consiste na elaboração de cenas performáticas, em múltiplas linguagens e adaptadas a diferentes plataformas; tendo como ponto de partida, o texto em formato crônica.

Nessa sessão, uma série de trabalhos de natureza intimista, concretizados a partir da transfusão entre linguagens e autorias. 

Textos: Fernanda Bellicieri/ Ilustrações: Maria Lúcia Nardy/ Direção das performances: Hânia Cecilia Pilan

A vida segundo

A vida segundo

A vida segundo… A vida segundo os teóricos é plana, Um plano: explicável, concebível, formatável, executável É limitada, assim como os teóricos Plena? Só uma hipótese Mas a vida não é segundo A vida...

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Vejo rostos

Vejo rostos

Vejo rostos, de todos, iguais Ou será o olho, que uso um só? À visão única, achatada Então, os iguais, os vejo divisão Ou são os tantos desiguais que se fazem máscara comum? Vejo-os iguais: pupilas,...

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Caça ao tesouro

Caça ao tesouro

Revisando gavetas à procura de moedas. Tal fosse brincadeira de criança: caça ao tesouro. Reboliços por centavos. Das quatro gavetas da estante da sala, aquela seria a última tentativa, e mesmo...

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A chave da fenda

A chave da fenda

Uma chave: é o que me sustenta a mão. Mais que dedos, ossos ou músculo; mais que força motora ou impressões digitais. Uma chave se faz todo espaço da minha palma; toda minha intenção. E só ela pesa,...

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Adeus

Adeus

Seria fácil despedir em manhã de Sol, muito fácil. Arrumaria malas, que são duas, são poucas; usam pouco teus espaços: travaria fechos, recolheria a foto do porta-retrato, mais minha que tua, que...

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Mangas bufantes

Mangas bufantes

Acordou precisando de remédios. Precisamente duas e quarenta madrugada. Duas ou quarenta madrugadas, indiferentes; que a dor era a mesma. Pregos na cabeça, mais de dois ponto quatro; dez pregos...

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Bate e estaca

Bate e estaca

Sujeito reto, sem jeito. Torto no caminhar. Passos largos. Pressa. O que mesmo? Ah, sim! O trabalho... Passos mais curtos. Desacelerou. Antônio João Ninguém. Ninguém de sobrenome. Pouco culto. Nem...

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Remissão (quando a música parou)

Remissão (quando a música parou)

A música parou, inesperada, como todo fim. A música acabou. E um silêncio inexplicável tomou conta dos cantos de som; cada fresta assaltada pelo impacto daquele adeus. Adeus à melodia transitória,...

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Open the door e outras rotações

Open the door e outras rotações

*o texto foi escrito assim, às voltas com Roger Hogson, escutando uma tarde dessas de rotações, o álbum Open the Door, e outras rotações de Supertramp... Então, o texto é também um convite a que...

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Big Bang Bang

Big Bang Bang

O menino, pequeno, indefeso, ingênuo e de uma inabilidade que insinuava tragédia, fosse tombo ou dedo queimado… Dessas tragédias pequenas, de pequenos, de pouco dano e só susto. A esse menino,...

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Criança-me

Criança-me

Queria fossem brinquedos, essas peças que articulo, desengonçado, com as mãos. Queria que me inspirassem alguma, formato racional; o melhor encaixe, eureka ou esses tipos de insight. Queria fossem...

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Sobre os girassóis e o tempo…

Sobre os girassóis e o tempo…

Sobre os girassóis e o tempo… Giram Sóis, só solitários, giram em vertigem, Tal a Terra Tal em Guerra Tal em fuga ou fogo… Girassóis queimam como o tempo Com o tempo... Sobre os girassóis, pairava o...

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A algum ponto da partida

A algum ponto da partida

Voltar ao lugar de início. Não é esse o instrumento? O que te soa quando notas, já distante, de lá longe, o imenso percorrido? O que te escorre face quando usa os olhos em ré?  O que te sua: lágrima...

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As asas do mar

As asas do mar

Um ser que usava asas, parado frente ao todo mar. Extasiado ou reflexivo; imóvel em seu despertar às águas incalculáveis. Alguém que usava asas (isso estava claro), mas abstinha-se delas, recolhidas...

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Cheiro de Reich

Cheiro de Reich

O mundo cheira a Reich Mais que haxixe E chora chorume Enquanto vela, afogado, Restos de um bem que não há E nunca ouve, Sem sentido, Ressentido de vender-se Já vencido, aos mesmos erros Recidivos...

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Às vésperas do fim do mundo

Às vésperas do fim do mundo

Tinha-me como companhia… Num dia comum, desse meio de semana, desses dias que se quer evitar viver. Sim, já quis evitar viver. Quem não?… Quem não desistiu-se a alma, num dia desses, de uma quarta,...

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Letra à bala

Letra à bala

Perguntaram ao escritor, inventor de frases, o que lhe surtia idéias. Como as sortia, caixa-surpresa, versando sobre o que não se viu, ouviu dizer ou nem mesmo se tentou em entendimentos? De que...

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A estrada

A estrada

Estrada, quase passando do meio-dia. De uma metade que já não mais me pertencia. O que fizera das metades e dos meios? O que, exatamente? Carro abafado, de vidros fechados, protegendo passageiros de...

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Parto dos sonhos

Parto dos sonhos

De onde nascem os sonhos? Do princípio de um fim, Agonia desejosa de fim algum… Qual o fim, afinal, dos sonhos? Revelar realidades possíveis, criar outras? Tecer intrigas com o concreto? Fantasiá-lo...

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Em asas

Em asas

Demônios, geralmente, possuem asas que não voam, que destoam Mas acalentam, de um modo outro... que não vemos e, quase sempre, nem sabemos Demônios voam asas que não entendemos, ou desistimos de...

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Confissões de um Primata I

Confissões de um Primata I

"Estamos quase vivos… Vivos, exceto pelas faltas cometidas, acometidas de um ímpeto de culpa que já nos parece inato. Culpados ao nascer. Exceto pelos erros insistidos e remorsos plantados e...

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ÂNIMA IN CRÔNICA podcast

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