Fotos: Luís Catenacci

 

“A Via: Passageiros” é uma performance teatral, estruturada sob forma de monólogo, com 10 esquetes adaptadas do livro “Crônicas da Cidade Crônica”, de Fernanda Bellicieri, atriz da peça. O tema central é o retrato do cotidiano caótico, comum aos grandes centros urbanos, sob a perspectiva de alguns de seus personagens transeuntes; residindo, o intuito da montagem, na sensibilização do público para o homem em situação de rua.

A performance teatral nasce em 2007, com o intuito de fomentar a discussão sobre a desigualdade social, extrapolando-a de seus limites contextuais, propondo-se, enquanto perspectiva poético-conciliadora, a despertar o olhar crítico e compassivo sobre a realidade do homem à margem, trazendo-o um igual entre iguais, a partir da abordagem de temas universais, inerentes à condição humana: contraste, paradoxos, preconceitos, descaso, violência, abandono, esperança. Entre 2007 e 2011 a performance percorreu circuito acadêmico, em Mostras e Congressos, nacionais e internacionais,

“A via: passageiros” é um retrato da realidade social dos grandes centros urbanos. O ponto de partida para a construção da performance foi a abstração da realidade do centro de São Paulo, sua transcrição, sob forma de textos literários, e sua posterior transposição à cena performática.

A montagem tem texto de Fernanda Bellicieri, identidade visual de Maria Lucia Nardy e direção de Hânia Cecília Pilan, cujas pesquisas de mestrado e doutorado fundamentam-se nas experiências e vivências do homem em situação de rua, sua relação com o entorno nas grandes cidades, e o modo como são capazes de reconfigurar essa realidade a partir da experiência estética.

O diálogo entre a realidade, ficcionada pela autora, Fernanda Nardy Bellicieri, e a pesquisa de campo desenvolvidas por Maria Lucia Nardy e Hânia Cecilia Pilan, trouxeram para a montagem um caráter de intercambiamento entre linguagens e entre academia, pesquisa e experimento cênico.

Um dos pressupostos da montagem é trabalhar questões inerentemente humanas como identidade, memória, fugacidade, conflito e outras tantas fragilidades pressupostas da existência, utilizando-se de um discurso poético, de matrizes codiciais múltiplas (texto, imagem, áudio, vídeo, dança) para ampliar superfícies de contato e percepção do público a que se dirige.

O exercício de experimentação autoral de A Via: Passageiros, acabou por gerar um método de criação, incorporado em trabalhos performáticos posteriores: utilização de pesquisa de caráter fenomenológico para construção de textos literários e imagens, e adaptação para uma dramaturgia multiplataforma. Esse processo de lida múltipla com as linguagens para estetização de intencionalidades foi apresentado em detalhes na tese doutoral “A experiência do corpo texto”, de Fernanda Bellicieri.

missão: ampliar as plataformas de reflexão do humano sobre o humano através da escritura cênica.

Nesse cenário de “A Via: Passageiros”, a relevância consiste na promoção de um teatro-denúncia, apto a apontar contrastes sociais, comuns aos grandes centros urbanos, e a propor uma nova perspectiva sobre a compaixão, por meio da conscientização. E ainda que, de fato, conscientizar seja ambicioso, despertar platéias a tal discussão, já se faz, em princípio, resultado satisfatório.

A peça possui, até então, o seguinte currículo:

– 2 meses de apresentação no Centro Histórico da Universidade Mackenzie. Outubro e Novembro de 2007

– Apresentação do processo na Intercom Sudeste (Congresso de Comunicação), com o artigo “A Via Passageiros: Pesquisa, Processos. Maio de 2008, São Paulo.

– Apresentação na Semana de Comunicação da Universidade Mackenzie. Outubro de 2008

– Apresentações de trechos da peça no Programa Mackvida, que visa conscientização e é aberto ao público. Fevereiro e Agosto de 2008

– Apresentação do processo e de um vídeo da peça no “V Seminário Internacional Imágenes de la Cultura/ Cultura de las Imágenes”. Abril de 2009, Barcelona.

– Apresentação (processo e trechos ao vivo) na Mostra de Pós Graduação Educação, Arte e História da Cultura, Universidade Mackenzie, São Paulo. Abril 2009.

– 2 meses em cartaz no Espaço Galharufa, na Praça Roosevelt, centro de São Paulo. Março e Abril de 2009

– Apresentação em Congresso CIANTEC, em Aveiro, Portugal, em Outubro de 2009, com  publicação do texto.

– Prêmio de circulação festival ETC Guarulhos 2010.

– Artigo publicado no livro Crisálida (sobre criatividade e inovação), em 2011.

– Apresentação no Congresso Generative Art, em Milão 2010, tendo o artigo sobre o processo de criação publicado nos anais do evento.

  • Apresentação do método de trabalho em Avanca – Portugal 2011, com publicação de texto.