A performance teatral nasceu em 2007, com uma perspectiva poético-conciliadora, abordando de temas universais, inerentes à condição humana: contraste, paradoxos, preconceitos, descaso, violência, abandono, esperança. Entre 2007 e 2011 “A via: passageiros” percorreu circuito acadêmico, em Mostras e Congressos, nacionais e internacionais.
O ponto de partida para a construção da performance foi a abstração da realidade do centro de São Paulo, sua transcrição, sob forma de textos literários, e sua posterior transposição à cena performática. A montagem tem minha assinatura nos textos, identidade visual de Maria Lucia Nardy e direção de Hânia Cecília Pilan, cujas pesquisas de mestrado e doutorado fundamentam-se nas experiências e vivências do homem em situação de rua, sua relação com o entorno nas grandes cidades, e o modo como são capazes de reconfigurar essa realidade a partir da experiência estética.
O diálogo entre a realidade, ficcionada na autoria dos textos, e a pesquisa de campo desenvolvidas por Maria Lucia Nardy e Hânia Cecilia Pilan, trouxeram para a montagem um caráter de intercambiamento entre linguagens e entre academia, pesquisa e experimento cênico.Um dos pressupostos da montagem é trabalhar questões inerentemente humanas como identidade, memória, fugacidade, conflito e outras tantas fragilidades pressupostas da existência, utilizando-se de um discurso poético, de matrizes codiciais múltiplas (texto, imagem, áudio, vídeo, dança) para ampliar superfícies de contato e percepção do público a que se dirige.
O exercício de experimentação autoral de A Via: Passageiros, acabou por gerar um método de criação, incorporado em trabalhos performáticos posteriores: utilização de pesquisa de caráter fenomenológico para construção de textos literários e imagens, e adaptação para uma dramaturgia multiplataforma. Esse processo de lida múltipla com as linguagens para estetização de intencionalidades foi apresentado em detalhes na minha tese doutoral A experiência do corpo texto.
Nesse cenário, a relevância da montagem e seu processo consistem na promoção de um teatro-denúncia, apto a apontar contrastes sociais, comuns aos grandes centros urbanos, e a propor uma nova perspectiva sobre a compaixão, por meio da conscientização. E ainda que, de fato, conscientizar seja ambicioso, despertar platéias a tal discussão, já se faz, em princípio, resultado satisfatório.
A montagem também despertou-me uma missão: ampliar as plataformas de reflexão do humano sobre o humano através da escritura cênica. O que tenho carregado, desde então, em todos meus demais trabalhos, sejam cômicos, dramáticos, críticos ou irônicos.
A Via: passageiros – currículo:
– 2 meses de apresentação no Centro Histórico da Universidade Mackenzie. Outubro e Novembro de 2007
– Apresentação do processo de criação no Congresso Intercom Sudeste, com o artigo A Via Passageiros: Pesquisa, Processos. Maio de 2008, São Paulo.
– Apresentação na Semana de Comunicação da Universidade Mackenzie. Outubro de 2008
– Apresentações de esquetes da peça no Programa Mackvida. Fevereiro e Agosto de 2008
– Apresentação do processo no “V Seminário Internacional Imágenes de la Cultura/ Cultura de las Imágenes”. Abril de 2009, Barcelona.
– Apresentação (processo e trechos da montagem) na Mostra de Pós Graduação Educação, Arte e História da Cultura, Universidade Mackenzie, São Paulo. Abril 2009.
– 2 meses em cartaz no Espaço Galharufa, na Praça Roosevelt, centro de São Paulo. Março e Abril de 2009
– Apresentação em Congresso CIANTEC, em Aveiro, Portugal, em Outubro de 2009, com publicação do texto.
– Prêmio de circulação Festival ETC Guarulhos 2010.
– Capítulo do livro Crisálida (sobre criatividade e inovação), em 2011.
– Apresentação no Congresso Generative Art, em Milão 2010, tendo o artigo sobre o processo de criação publicado nos anais do evento.
– Apresentação do método de trabalho e processo em Avanca – Portugal 2011.