por | abr 18, 2022 | Ânima in Crônica
Dia da faxina. A casa, quinze dias deixada ao Deus quiser, já não era melhor companhia para estados de solidão. Tornara-se insuportável, tamanhas bagunça e sujeira. A cozinha em restos do anteontem, dispensa quase vazia, panos de prato já servindo a rodo de enxugar...
por | abr 18, 2022 | Ânima in Crônica
Ouvi a música que tocava cores na minha infância e falava em notas aquarelas. Os quadros de uma inocência que não uso mais nas parede: desmoronados. A música era uma nova versão, uma releitura dos antigos sonhos, em outras vozes; que as crianças cantoras da minha...
por | abr 18, 2022 | Ânima in Crônica
Bateram à porta. Pouco mais de três da tarde. Horário impróprio para atender. Não se atende às três da tarde no mundo contemporâneo; não em sua própria casa. Não se está jamais desocupado às três. Não se está, jamais, desocupado… Estranhamente, por algum motivo, a...
por | abr 18, 2022 | Ânima in Crônica
Camisa branca de contrastes. Engomada à mão de mãe. Lambuzada de mãe melosa e cuidados de exagero. Calça do melhor cinto e sapato emprestado de pai. Pés de festa, marrom escuros, engraxados de véspera, com a ajuda do irmão mais novo. Véspera marrom-escura, de um tanto...
por | abr 18, 2022 | Ânima in Crônica
Sinto que não houve o não dito Sinto que não houve… O que sinto, é que não ouvem… Sinto muito Sinto que não houve palavras, gargantas e ouvidos, Tão necessários a esse peito Apertado: cinto Que sufoca essa fivela de engasgar ares e arrematar, sem paciência, Pedaços...
por | abr 18, 2022 | Ânima in Crônica
Lembro uma infância vagarosa, em que cabem dias de brinquedos e jogos inúmeros. Larga, pelo amplo espaço percorrido, onde anos contam nada, exceto histórias e gibis. Tudo coube nessa infância, até recordações fantasiosas. Coube gente de lembrar, gente de esquecer,...